O SILÊNCIO DA COMPAIXÃO
Por trás do grito de revolta
Por trás da ira de cólera
Que transfiguram e deformam a face
Por trás do abismo do isolamento
Há um ser em sofrimento,
angústia e dor.
Quando por um momento de felicidade
Nossa sensibilidade torna-se mais fina,
Penetramos neste mundo em turbulência,
Chega-nos a compreensão eivada de piedade
Do ser que em si mesmo se debate
Verdadeira convulsão
De afetos a si negados
Então, a mal falarmos
Do que tempestuosamente
Nos agride
Pousamos nossa tranquilidade
Que é a de nossa consciência
Por termos visualizado o
Fogo que alio nele queima, açoado,
Infelicita em sua malfadada dor.
Sem criticarmos ou mesmos
Contendermos,
Passivamente deixamos o silêncio
Pacificante, cheio de ternura
E amor.
O tempo das chamas por si próprio
Se extingue
A mãe natureza ensina
Sucede à tempestade
A bonança do céu azul.